segunda-feira, 9 de abril de 2012

“A SOLIDÃO” – EM MEIO A MULTIDÃO


Durante trinta anos, Jesus teve uma vida normal; trabalhava, estudava, ia à igreja, era rodeado por familiares, teve uma casa e uma cama confortável para se deitar.
Consequentemente aquilo que era provável acontece, Jesus agora inicia seu ministério, começa a falar de amor, começa agora a dar sentido real em tudo àquilo que os profetas aviam anunciado no Antigo Testamento, falava de igualdade, falava às pessoas que havia solução para todos os problemas. Disse que acabaria com a fome e a sede e veio trazer vida e vida em abundancia (João 10:10). Sempre onde Jesus estava, juntamente dEle havia uma multidão. Essa multidão apreciava tanto as palavras do Mestre Jesus, que passava fome e não se importavam (Marcos 8:1-2). Com isso escolhe discípulos, apenas doze, para estar diariamente ao Seu lado, aprendendo intimamente o verdadeiro significado do Seu reino.Três anos e meio, esse foi o tempo para os discípulos, tempo para a multidão.
Uma semana, apenas uma semana de cumprir o propósito de Seu nascimento, entregar a vida em prol da humanidade pecadora, Jesus realiza sua maravilhosa entrada triunfal em Jerusalém, onde é aclamado e recebido pelo povo reconhecido naquele momento como um Rei e Senhor (Mateus 21:8-11). Toda a Jerusalém se comove, aguarda e contempla um verdadeiro Mstre.
Agora Jesus encontra-se no jardim do Getsêmani e faz um pedido aos Seus discípulos, que vigiassem com Ele (Mateus 26: 38). Quando Jesus fez o pedido de que Seus discípulos vigiassem, estava atravessando uma das maiores crises de Seu ministério: estava as portas do Calvário. Um sacrifício que Ele deveria passar sozinho (Marcos 15:34). A separação de Seu Pai era algo muito difícil de suportar, Deus e o pecado não podem estar juntos e Jesus Se fez pecado, “levou nossos pecados” (I Pedro 2:24). Jesus pediu aos discípulos, naquele momento difícil, que eles vigiassem, que O acompanhassem, que estivessem atentos e em comunhão com Ele.
Podemos entendem a tristeza de Jesus em duas dimensões. A tristeza que envolvia a separação da Divindade, que O levava a uma tristeza de morte. E a atitude de Seus amigos mais achegados que não estavam conscientes do momento em que viviam e que deveriam manter comunhão com Ele.
Onde estava a multidão que clamava Ser um rei? Onde estavam Seus discípulos, Seus amigos mais achegados? Naquele instante, Jesus se encontrava em profunda solidão.
Jesus queria que Seus seguidores estivessem velando com Ele, que se preparassem para a crise mais difícil que teriam de enfrentar ao verem o seu Mestre crucificado. O ato de “velar” era a única coisa que poderia ajudá-los a entender o significado desse momento tão cruel. Uma comunhão íntima com Jesus, que posteriormente chegaram a ter (Atos 2) levou-os à maior revolução da história da pregação do evangelho.
Da mesma forma que Jesus pediu aos Seus discípulos que ficassem com Ele e orassem, também nos é feito. Mas a única forma de “ficarmos vigiando com Jesus” é estar em comunhão com Ele, que nos leve a entender que o momento em que vivemos é solene e atuarmos, como afinal fizeram os discípulos. Aguardar a volta de Jesus, velando e vigiando de maneira ativa, levou-os a culminar sua missão até o último canto do mundo conhecido por eles naquela época.

Nenhum comentário:

Postar um comentário