segunda-feira, 2 de abril de 2012

A LEI DO AMOR



Com freqüência se fala sobre os Dez Mandamentos (Êxodo 20:3-17) como um código moral que perdeu sua validade original. Muitos já não crêem no conteúdo completo desse Decálogo divino. Outros afirmam que Jesus o cumpriu por nós e que, portanto, estamos desobrigados de guardá-lo. Entretanto, o Mestre ensinou: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir.” E acrescentou: “Porque em verdade vos digo: até que o céu e a Terra passem, nem um i ou um til jamais passará de Lei, até que tudo se cumpra” (Mateus 5:17, 18).
Se recordarmos que os Dez Mandamentos foram escritos “Com o dedo de Deus” (Êxodo 31:18), e se recordarmos que “a lei do Senhor é perfeita e restaura a alma” (Salmo19:7), não resta margem para pensar que essa admirável lei do amor (Mateus 22:37-40) tenha perdido sua vigência e relevância. Graças a Deus porque Sua eterna lei continua em pé, e porque seus sábios preceitos defendem a vida, o amor, a família, a pureza e a integridade em todas as suas formas.
Quantos mandamentos devemos guardar? A maioria deles ou todos? Sem dúvida, quando a Bíblia diz: “Bem-aventurados os irrepreensíveis no seu caminho, que andam na lei do Senhor!” (Salmo 119:1), está se referindo a todos os mandamentos. Por isso, o apóstolo Tiago escreveu: “Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça, em um só ponto, se torna culpado de todos” (Tiago 2:10). Que privilégio e que benção tem os que procuram guardar a totalidade da lei de Deus!
Isso inclui o quarto mandamento, que estabelece o sétimo dia da semana, o sábado, como dia de descanso para felicidade dos filhos de Deus.
Quando Deus, em Sua onisciência e bondade, viu a necessidade de criar o mundo e fazê-lo em seis dias, também achou por bem acrescentar um dia a mais, um dia de “descanso” ou “repouso”, para completar a semana de sete dias. Esse dia se torna ainda mais especial porque o Senhor o abençoou e o santificou (Gênesis 2:3). Quando, pela graça de Cristo, aceitamos a alegria de sábado e vivemos a felicidade de observá-lo, ele verdadeiramente se torna a coroa de nossa semana.
 É óbvio que, ao contrário do que muitas igrejas cristãs ensinam hoje, Jesus veio ao mundo não para abolir a lei ou mudar o dia de adoração do sábado para o domingo. Ele veio para cumprir a lei e mostrar seu verdadeiro sentido (Mateus 5:17).
Se a lei pudesse ser abolida, Jesus não precisaria ter morrido em nosso lugar.
O teólogo Alberto Timm explica: “A teoria de que a morte de Cristo na cruz teria abolido o Decálogo é destituída de significado e acaba rompendo o relacionamento tipológico entre o santuário da antiga aliança (terrestre) e o santuário da nova aliança (celestial). Se a aspersão do sangue sobre o propiciatório da arca da aliança no santuário terrestre (Levítico 16:14, 15) não abolia a lei que estava contida dentro daquela arca (Êxodo 31:18: 40:20), por que então o sangue de Cristo deveria abolir a lei contida na arca da aliança do santuário celestial (Apocalipse 11:19)?”¹
“Portanto” continua o teólogo, “nos ensinos de Cristo encontramos a verdadeira dimensão espiritual do Decálogo livre das tradições e doutrinas que são preceitos de homens (Mateus 15:9). Essa dimensão espiritual abrange também o quarto mandamento, que ordena a observância do sábado (Êxodo 20:8-11).”²
O sábado é um dia de descanso, libertação, cura, restauração e esperança. Por isso, Jesus fez pelo menos sete milagres no dia de sábado. Embora os líderes judeus tenham criticado o Mestre por fazer curas no sábado, em nenhum dos casos o ponto de discussão foi à validade do sábado como dia de guarda, mas apenas a forma de ser observado. Enquanto para os fariseus o sábado era um dia de regras e restrições, para Jesus ele era um dia de vida e alegria, o símbolo do descanso na graça.
Longe de ser um peso, a lei nos traz a verdadeira liberdade em Cristo. O salmista diz: “Andarei em liberdade, pois busquei os Teus preceitos” (Salmo 119:45, ARC). E Tiago se refere ao Decálogo como “A lei régia”, “lei perfeita, lei da liberdade” (Tiago 2:8; 1:25). Por isso, a Bíblia declara: “bem-aventurados” a todos “os que andam na lei do Senhor” (Salmo 119:1), cujo “prazer esta na lei do Senhor” e que meditam “na Sua lei de dia e de noite” (Salmo 1:2).
Este é um ensino eterno de Cristo que devemos observar. “Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos” (João 14:15, NVI).


Referências

¹Alberto R. Timm, O Sábado na Bíblia (Casa Publicadora Brasileira, 2010) p. 54.
²Ibid., p. 54,55.

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